domingo, 20 de dezembro de 2009

last breath


a morte talvez seja o meu maior medo, o desejo por ela tirou pessoas especiais de mim. porque é uma teia de problemas que eu tentei ajudar a resolver, mas não houve maneira de sanar cada ferida do corpo e da alma deles. cada cicatriz minha é por uma pessoa que eu não consegui salvar. eu sou cheia de culpa. e quando eu vejo os cortes no seu braço, eu me sinto o pior dos fracassos porque eu vejo a minha parcela de culpa, como se minha inutilidade fosse um dos pedaços da lámina que faz a cicatriz risonha na carne crua, a que tira o sangue sujo da carne pura. me perdoe se eu não te dei meu último suspiro. é que eu sou volúvel e frágil como um líquido inflamável, ao simples contato eu posso te ferir, se te trouxe más lembranças me perdoe. eu nunca quis tirar o seu último suspiro. se eu fui fogo de palha, se eu fui o ceifeiro, se eu fui sua carrasca, me perdoe, nunca mais vou tirar o último suspiro de ninguém. e eu queria ter suas memórias póstumas para publicá-las, é o mínimo depois de tirar o último suspiro de alguém.

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