
eu sei, falei sem pensar, frases perdidas no ar, um crime sem perdão, e agora fico roendo as unhas, escondendo os olhos tão vermelhos, fingindo não chorar. mas um erro assim, tão vulgar nos encontra até no bar, vinho barato,cigarros apagados e a cara amarrotada no banheiro, de quem se arrepende de um dia ter nascido, as mentiras puras num beco imundo, o coração sujo, a vida pesada. testemunhas de mais uma noite de uma amor sem lar. seus lábios são labirintos que despertam meus instintos mais sacanas, seu olhar distante me engana, e eu aqui , nessa vida de cigana, mudando de lugar tentando me encontrar, eu só queria te encontrar, me deixe ficar. eu que falei sem pensar, coração na mão, eu só quis ser sincera. meu fim de mundo particular, todo o dia da semana, por não poder te achar. estômago revirado, arrepio na espinha, pura insegurança, me sinto mais criança do que um aluno do primário. seus lábios são dois labirintos que despertam meus instintos, mas não posso avançar, porque avançar? seu olhar ao longe sempre me engana, eu quero acabar com minha vida de cigana, me dê um teto para poder finalmente, descansar.