
ela pinta o rosto como os muros do centro, olhos marcados, esmalte vermelho, tinta no cabelo, e o olhar de quem vai te despir, ou cuspir em tudo que você disser. carrega seu livro de pequenas conspirações e pode te fazer tremer até os joelhos, juventude transviada, cabeça desvairada, a última das revoltadas, heroína da causa perdida, por dentro uma oprimida. nos dias frios se esconde em mais um de seus livros, a vontade de gritar abafada por um cigarro, rimas mal feitas, sonhos pela metade, ela é só, é atraente, porém amargurada. como um furacão no meio do nada, ela procura mais uma casa, para chamar de lar e destruir pouco a pouco,como no seu complexo ciclo. e depois lavar os escombros com lágrimas negras , mais uma vez se demaquilar e maquiar. forte por fora, frágil por dentro, a garota cliché. você quer mais alguma coisa? sim, você quer, ela te instiga. mas você não sabe o quanto ela te olha, te devora, te imagina, você a alucina, ela quer você. a cada dez passos que dá ela para e tenta descobrir a direção da sua casa, ela só queria que você parasse de observar e tomasse uma atitude, ela não tem a noite toda, ela só precisa de uma palavra, uma chance de salvar uma vida inteira de dor, solidão, ela quer que você a queira. então pare de apenas vagar em pensamentos em sua própria mente, dirija a palavra à ela, faça ela desistir da filosofia de que quem anda só anda melhor do que ao lado de alguém que possa não te querer bem. ela só quer uma casa para chamar de lar, sem ter que a destruir, seja o abrigo dela, mude o clico.
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